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Saiba o que é a gestão do Psicoterror e as consequências para os profissionais

Gestão por psicoterror é prática amplamente utilizada pelas empresas como estratégia de alavancagem de lucros

Saiba o que é a gestão do Psicoterror e as consequências para os profissionais

O trabalho está envelopado pelo medo. A gestão por psicoterror é uma prática largamente utilizada pelas empresas como estratégia de alavancagem de lucros, transformando o ambiente de trabalho, que deveria ser  sadio e aberto ao desenvolvimento profissional, em um verdadeiro campo de batalha psicológico. A situação, caracterizada por um conjunto de comportamentos abusivos e sistemáticos, desestabiliza emocionalmente o trabalhador, submetendo-o a ataques constantes ao seu psiquismo com a manipulação.

Trata-se de um ato perverso; poder diretivo da empresa, que se manifesta através de diversas práticas  baseadas na imposição de medo, como a humilhação pública, a cobrança excessiva e a criação de um ambiente competitivo e hostil, provocando um mal-estar profundo entre os colaboradores; desvalorizados, impotentes e incapazes de se defenderem. 

A frase de Leandro Karnal, “pessoas assustadas são pessoas dóceis”, resume bem essa situação. Afinal, a constante ameaça à estabilidade e ao bem-estar psicológico leva os trabalhadores a uma submissão passiva, aceitando condições de trabalho cada vez mais desumanas. 

A ideologia de um direito do trabalho  flexível, de alargamento dos rigores legais, aumenta os ataques à saúde mental dos trabalhadores, gerando um crescimento significativo de casos de ansiedade, depressão e burnout.

Tudo isso leva à reflexão sobre prosseguir no rastreamento das causas do psicoterror no trabalho, enraizado em uma cultura organizacional focada, exclusivamente, na produtividade, esquecendo, completamente, o bem-estar dos colaboradores. A busca por resultados a qualquer custo, a competitividade exacerbada e a falta de empatia por parte dos gestores são alguns dos muitos fatores responsáveis pela proliferação dessa prática nociva.

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Foto pexels: Reprodução Psicoterror

É cada vez mais evidente a caracterização do psicoterror como uma forma de “adestramento”. Ao colocar os colaboradores em constante estado de tensão, insegurança e medo, as empresas querem moldar o comportamento do colaborador. A prática visa, intencionalmente, a submissão e a conformidade, transformando os trabalhadores em presas mansas e dóceis. Quase pets.

As consequências do psicoterror, além de serem devastadoras para o indivíduo, também prejudicam a organização com o aumento de licenças, diminuição da produtividade, turn over, afastamentos previdenciários, fim precoce de carreiras e, consequentemente, a elevação dos custos e do passivo trabalhista.

Combater o psicoterror é um desafio que exige a mudança de cultura nas organizações. É preciso que as empresas invistam em um ambiente de trabalho saudável; cheio de ambiência de paz, um lugar de crescimento e de respeito.  O medo é a pior das covardias e, até hoje, não se encontrou nele nenhuma utilidade para o bem do homem. A coragem sim.

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